quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Is there no way out of the mind? -Bruno Santana

to Sylvia Plath



Suicidal writers
Writing their suicide letters
Suicidal writers
Laying in their suicidal beds

Suicidal writers
Wedding death dress
Suicidal writers
Loving their suicidal loves

Suicidal writers
filling pages
trying to empty their minds.

Each page,
one breath.
Every breat, one step closer to death.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Maldito emplasto Brás Cubas- Rolando Vezzoni

Na farmácia eu vi um shampoo
para cabelos secos, rebeldes e difíceis de disciplinar.
Irônico, será que meus pelos tem TDA?
Escutei isso a vida toda e de todos os meios.
Será que existe Prozac para meus pentelhos?
Não quero mais cortar a minha unha, então,
para resolver isso, vou dar sibutramina ao meu dedão!
Quando meu intestino ficar louco, darei-lhe Gardenal,
pois, porque aceitar a si e ao outro afinal?

terça-feira, 18 de outubro de 2011

o homem abstrato, episódio 4- Rolando Vezzoni.

A adolescência:

Voltava ele para onde residia, sua mãe o esperava.
-Filho, por que chegou tão tarde?
-Lembra quando eu te falei de como a linearidade é uma noção pueril?
-Sim, mas isso não é pretexto!
-Bom, eu não uso mais relógio, por isso não me anexei à realidade temporal que você gostaria... Acontece que é difícil lidar com essa régua limitada quando você pensa ´q respeito disso.
A mãe irritada passou a mão no próprio rosto e respirou fundo “sempre foi assim, nunca vai ser diferente”, ainda irritada, olha para ele com seriedade.
-Você está cheirando à cigarro e a bebida, o que anda fazendo nessas festas? Agora você além de toda a esquisitice é fumante? Fumou moleque?!
-O “esquisito” é puramente cultural...
-Eu te fiz uma pergunta!
-Qual a relevância dessa pergunta? Você como sujeito que pergunta entenderá apenas o que for de interesse e coerente com seu conceito pessoal, logo, o objeto, que é minha resposta, não tem porque ser colocado...
Foi interrompido pela mãe que disse bruscamente:
-Quero uma resposta simples e objetiva, não importa qual seja só um sim e um não me bastam.
-Se eu disser “sim”, você automaticamente irá acreditar, e criticará meu sim, logo a resposta não ficaria na simples afirmação, e eu dizendo “não”, provavelmente me perguntaria se é verdade, testando o que eu disse, e depois, por mais que aceitasse a resposta à principio, ainda continuaria a se questionar quanto a veracidade da minha negação... não tem sentido te responder objetivamente, por você lidar com a resposta de maneira subjetiva. Seu pedido é um paradoxo, do qual ninguém sairá ganhando.
-Então você quer que eu simplesmente não te pergunte nada?
-Estou apenas falando que a pergunta é ambígua, você mesma não sabe que resposta prefere, por não confiar plenamente nelas, eu te daria uma resposta limitada para o que ambos buscamos nessa relação de troca a respeito da informação.
-Informação?- disse a mãe com um suspiro desistente.
-É, faz algo ou não faz algo, essa é a máscara da questão, mas as consequências e camadas a serem pensadas não aparecem explícitas.
-”Ahhh”...- disse ela com um suspiro cansado- Desisto, pode dormir se quiser.
-Boa noite querida.
-Boa noite.

sábado, 15 de outubro de 2011

Minha amiga .38- Bruno Santana

Todos os dias, antes de dormir, dou brilho na minha .38. Ela é minha melhor amiga, me aguenta todo o dia, ouve sem reclamar, reclama
quase nada, fala com parcimônia e tem poder suficiente pra me dar a dose exata de medo.
Minha amiga é inteligentérrima, feita de madeira e aço; com espaço para carregar o tanto de chumbo que eu quiser. Isso sem falar
da sua capacidade de disparar estórias; minha amiga dispara estórias como ninguém!

O problema é que suas estórias são sempre um tanto quanto trágicas e machucam.
Acho que é coisa da família dela, eles guardam muitos esqueletos no armário; ela nunca me disse isso, obviamente,
mas é fácil concluir.
Ela sempre me fala sobre quando seus avós vieram pra América, como encontraram uma terra linda, uma civilização próspera, tecnologia
avançada, essas coisas ...
Infelizmente, os patrões deles não pensavam o mesmo e seus avós trabalharam na destruição daquilo.
Ela diz que é por culpa deles que a América é o que ela é hoje.
Juro que não sei se ela é irônica quando diz isso. É difícil entender, a voz dela é grave. Acho seu único traço não feminino.


Para ser honesto eu não gosto quando ela fala de história, ela sempre se emociona e é difícil ver um trabuco daqueles chorando,
é triste e perigoso.

Gostar eu gosto mesmo quando ela começa a falar sobre o sentido das coisas. Um amor! Se refere à isso como "falar de peixes com
peixes". Conhece toda a filosofia que interessa!
Sempre fica me conta a história de velhos barbudos e suas teoria malucas;
gastamos horas nisso!
A última dela foi me falar sobre os cientistas ingleses; uma raça de homens viciados em chá, verdade e provar que Deus não existe.

Isso sem falar dos amigos. O círculo de amizades dela é, pelo menos, dez vezes mais impressionate que ela própria.
Só nesse último mês eu conheci os ingleses doidões do chá, um médico alemão tarado pela mãe [vê se isso pode!], um poeta americano
bêbado tarado [também] e uma poetisa americana viciada em morrer.

Essa poetisa, preciso confessar, fiquei apaixonado. No entanto, resolvi não contar isso para a minha amiga
... vai que ela é ciumenta?
Eu nunca estragaria uma amizade dessas!

Ahhh, minha amiga, você precisa ver como ela é feliz quando fala comigo!
O sorriso de orelha à orelha naquele perfil metálico polido!

Sabe, ela é o tipo de pessoa que pode te convencer de qualquer coisa. Meus outros amigos e família dizem que por isso mesmo ela é
perigosa. Pra mim é dor de cotovelo,
... tem muito tempo que ela é a única que fala comigo.

Poxa, que loucura!


Dizer que minha amiga é perigosa. Não! Não! Eu não acredito nisso!
Ela não é perigosa! Se Fosse, não dormiria todos os dias com a boca virada para mim.
Não é verdade?



me diz, não é verdade?

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Epifania- Rolando Vezzoni

(grego epipháneia, -as, aparição, manifestação)
1. [Religião] Manifestação de Jesus aos gentios, nomeadamente aos Reis Magos.
2. Qualquer representação artística dessa manifestação.
3. [Religião] Aparecimento ou manifestação divina.
4. Apreensão, geralmente inesperada, do significado de algo.


Estava ou dormindo, ou acordado, ou não sabia.
Abriu seus olhos e olhou para o teto do quarto, era tudo igual sempre fora, mas tinha um aspecto insólito, pois seu sujeito estava num estado incomum que tornava o objeto outro algo incomum em seu semi-sono, e, embora estivesse acordado, não estava normal, e tentava dormir.
Tem dois pontos a serem destacados antes de prosseguir com a história: Primeiro, a vida sempre lhe parecera sem graça, o que levou-o a pintar significado naquilo que presenciava e lhe parecia pertinente; Segundo, sempre tivera sonhos que eram mais reais que a realidade, e momentos verídicos que pareciam mais surreais que os sonhos, logo, não fazia diferença a fonte da experiência, e sim, ela em sí.
Prosseguindo:
Repentinamente sentiu-se estranho.
E entre um segundo e outro uma pressão lhe pesou o peito, respirava com uma dificuldade homérica, chegou a pensar que estava infartando "agora já foi, não consigo gritar, e tenho preguiça de levantar.".
Sofreu em silêncio os primeiros segundos, até tomar consciência de que a pressão vinha de uma espécie de corpo translúcido que lhe cobria, e ao tentar escapar de qualquer forma, percebeu ainda que segurava seus braços com mãos pesadas, seu corpo estava paralisado da cintura pra baixo, seus braços tomados e seu tórax enrijecido.
Tentava lutar com sua força apenas, mas não bastava.
No desespero chegou a conclusão de que apenas uma reza sincera poderia fazer com que aquela aparição sumisse.
"Pai nosso que..." "ah! bah! foda-se" "Ave maria mãe do..." "não vai, como dói!", tentava continuar os mantras religiosos que aprendeu em sua infância, mas sempre havia tido aversão á tudo aquilo, nunca fora religioso, tentou budismo, estudou uma ou outra, e no fim desistiu de pensar á respeito daquilo, havia a um tempo chegado a conclusão de que ele era incapaz de ser ateu, agnóstico ou protestante ou qualquer outra... simplesmente era uma negação para a religiosidade, e a qualquer coisa que fosse desse cunho, não era homem suficiente para se dizer ateu, não era sugestionável o suficiente para ser religioso, e tampouco convicto o suficiente para ser qualquer coisa.
Desistiu da reza e se acalmou. "O que é isso?" pensou, e em seguida usou a força que tinha para subjugar o agressor etérico que lá estava, segurou a cabeça da aparição e trouxe a altura de seu nariz.
"Isso não existe! Só vejo por ser isso que minha mente me propôs, e deixa de ser algo, quando e tomar consciência de que é só um trabalho inconsciente que reflete alguma crise pessoal minha!", disse relaxando os músculos e percebendo que não havia nada entre suas mãos, nem ajoelhado na sua cama, nem afligindo sua vida.
E então ocorreu-lhe a catarse: Essa é a prova fenomenológica que procurei!
Conclusão de sua epifania: Ele era ateu.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Confissões Floydianas em um Mergulho Relapso- Luís Felipe Rasmuss

I - O Despertar dos Sentidos

Levanto-me. Onde estou? O que é este antro onde me localizo? Alguém está aí? Isolado, observo-me diante de algumas garrafas de Jack Daniel's. "Devo ter bebido um pouco demais", penso. Mas tudo aquilo aquilo? Seria o suficiente para um coma alcoólico. Chamo por alguém novamente, mas simplesmente não recebo nenhuma resposta. Decido abrir a velha porta, rangendo. Estou em um chalé em frente à uma praia. Paradisíaca, com o oceano negro margeando minha íris. Meu corpo sente a brisa confortável que abate-se naquele horário. Sete da manhã, talvez? Não sei, mas o sentimento
é de completo abandono. Observo calmamente a floresta de um panorama privilegiado, pois a mesma se encontrava atrás do chalé. Estou rodeado por selvageria. A floresta, verde, e o mar, negro. Eu, um mero mortal, estou encurralado. O que hei de fazer?
Amarula não é uma opção agora. Tenho que agir. Não posso me abster deste sentimento covarde, de enfraquecimento.
Estou sozinho em um ambiente hostil.
Eis que vejo uma gaivota. Ela está voando calmamente sobre um apanhado de rochas na extremidade praiana. De repente, ela voa em minha direção e para a alguns metros, a minha frente. O que devo fazer? A gaivota fala. Será o Jack Daniel's? Não é uma língua qualquer. Não reconheço a mesma, mas com certeza não era minha língua nativa. Entretanto, eu a entendo perfeitamente. É incrível como se nos esforçarmos um pouco podemos entender algo que não está em nosso domínio.

II - O despertar das Reflexões

Um mergulho para salvar o dia. Terei que enfrentar o rígido oceano em algum momento. Brandemos a marcha colossal ao épico conjunto de moléculas de ponte de hidrogênio. O equipamento está de pé. Só quero um momento de reflexão. Retiro o ar do colete regulador. Meu corpo lentamente é adentrado pela água salina. O barulho ensurdecedor ampliado pela condução sonora em água me deixa alucinado.
Aquele ar não é comum! Sinto-me extasiado!
Em minutos, atinjo o ponto mais fundo daquele macabro oceano, que se parece lívido agora. A zona eufótica é um convite a observar as bolhas subindo. Observo-as.
Como é incrível ser uma bolha de ar. Em um singelo movimento humano, elas são dispersas e fazem seu caminho rumo ao infinito, à atmosfera. Sua vida útil nunca se encerra, mas seu movimento é percebido por tão pouco tempo... Oh...
Um som percorre minha mente. Psicodelia marítima. Não, não estou louco. Talvez seja o meu sincero pensamento sob efeito de uísque. A vida é tão simples. Perdi algumas horas sagradas observando o mar. Poderia ter desbravado-o antes. Observar a natureza.
Meus movimentos estão entorpecidos. Talvez o ar tenha sido dotado de uma poção mágica. Mas o racional para mim, neste momento, é um mero coadjuvante. O meu racional está em observar as pequenas estruturas atômicas subirem água acima sob a pressão diminuta da atmosfera.

III - O descansar dos Pensamentos

De volta à atmosfera terrestre, já é noite. O dia passou rápido. Mas será mesmo o dia? O que é um dia, afinal? Uma definição estranha. Ninguém pode medir o tempo corretamente. Exceto as bolhas. Elas sim têm o dom da ascensão ao infinito.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O vizinho constipado e os mosquitos bêbados- Rolando Vezzoni

Bebia cerveja.
Haviam incontáveis mosquitos no cômodo, aliás, um acabava de pousar no seu braço, provavelmente chupava seu sangue, e embriagava-se inconscientemente do álcool que jazia rodando em sua corrente sanguínea, talvez também fosse assim com as pessoas, estas que bebiam a vida umas das outras, curtiam a existência alheia com “predadorismo” inconsequente, com festas, bares e instituições. Os mosquitos que voavam sobre sua inércia etílica eram tão profundos quantos os Sartres e Nietezches que pensavam a respeito disso, sabiam disso, e estavam cagando pra isso.
Bebia cerveja, se perguntando se os mosquitos ficavam bêbados com o álcool da sua corrente sanguínea.
Lembrou do episódio incomum, ou até paradoxal, que havia havido de ser tão pouco antes, uma discução digna de um dr. Manhatan, mas que foi na realidade com o vizinho.
Porque paradoxal querido leitor? Bom, voltemos para o primeiro contato:
Quando muito jovem tomava cerveja com um amigo no telhado duma casa abandonada, seu antigo monumento do foda-se pré-adolescente, casa essa onde quebrara o cabaço da sobriedade e do sexo.
Estavam rindo dos amigos e amigas “ignorantes” que não ouviam beatles pensando nas ideias hippies da verdade(oh, as ideias ainda eram absolutas, o “all you need is love” ainda era verdade!), e dando severas talagadas da cerveja quente. Quando o vizinho “cretino” gritou e praguejou contra eles, chamou-os de futuros alcoólatras, e disse que se não sublimassem naquele segundo iria chamar a polícia ou a swat ou a tropa de elite ou a nasa, algo do tipo.
Bom, posso dizer que sumiram, e que o sujeito acordou no dia seguinte com todos os pneus do carro furados e com uma peça de merda no vidro dianteiro do carro dele, mas isso não vem ao caso.
Esse foi o prelúdio, voltemos ao hoje.
O tempo passou, a casa foi demolida, as pessoas envelheceram, mas o vizinho estava lá ainda, e ele também.
Ele andava embriagado, ao ponto além da embriaguez que sofria e que tinha uma consciência confusa pelo álcool, ou seja, era a bebedeira que já passava, e lhe tornava alguém normal, daquele tipo que achava que Kafka era comida árabe.
Parou na frente da casa desse sujeito antes citado, o conflito havia ocorrido faziam cinco anos ou mais, eram três da manhã e o cachorro cagava no jardim da frente deliberadamente, riu, seu cachorro lembrava ele mais novo.
“PAFT”( foi a melhor onomatopeia que me ocorreu), a porta bateu, o sujeito saiu da casa e disse:
-O que você está fazendo na porra da minha casa!??!?!
-Você realmente se importa com isso?
-Seu cachorro tá cagando na porra do meu jardim!
-Não grite, já é tarde, quer uma cerveja? Sabe, somos vizinhos a uma década, não tem sentido isso...
-que?
-Bom, você já devia estar acordado mesmo, tem o quê a perder? E além disso, é a segunda vez que te perturbo, e é a segunda vez que me ameaça, isso não terá fim se você não mudar de temperamento, sabe, é você que tem que ser maduro, tem umas três décadas a mais que eu.
-Ah, tá bom.
Sentou do meu lado, era um cinquentão careca e peludo, com um pijama do Snoopy, pegou a cerveja.
-Jovem, não entendo, o que você esta fazendo sozinho na rua a essa hora? Cade os seus amigos e a mulherada?
-Bateu uma ressaca de gente conhecida, to de saco um pouco cheio da masturbação mental cotidiana...
-Hum- disse tirando beedies do bolso- fuma?
-Tabaco indiano? Claro.
Ficaram admirando a fumaça dourada pela luz amarela do poste.
-Sabe, na minha época eu não bebia com velhos na rua de madrugada, só pensava em arrumar uma buceta, ou que vestibular eu ia prestar, como seria meu futuro.
-Hum... o que acha disso hoje?
-Minha vida é uma bosta perto do que eu imaginava.
-Ah... Niilismo acaba com as pessoas, eu não, tenho outro problema, não entendo como se prender a isso, me falta ímpeto pra traçar planos efetivamente.
-Mas parece bastante inteligente, como pode ser tão desiludido.
-Já olhou a sua biblioteca e percebeu que não tem mais volta?
-Não leio muito, minha única biblioteca é de pornografia, guardo no criado mudo da minha ex-mulher... nada tem volta.-Você só entende a vida quando fica constipado, a prisão de ventre é uma anedota da existência- disse apagando o cigarro.-, você quer se livrar de tudo que engoliu, não consegue e enfiam alguma coisa no seu cu pra soltar a merda toda que tá la dentro antes de você explodir, daí vão te enchendo de merda de novo.
-Sabe, agente vai morrer eventualmente, não sei se vale a pena passar a vida como um bêbado, mas passar com o cu entalado também é bem insuportável...
-Deve ter alguma espécie de meio termo mais suportável...
-Bom, quem sabe bater bem forte com a cabeça e se tornar um imbecil...- disse dando um peteleco na bituca que ficou fumegando no meio da rua.
-Acho que não, você pode se enganar o quanto quiser, o mundo todo tá nadando no mesmo esgoto.
-Pode ser, o que você faz?
-Eu fecho os olhos, esqueço da minha impotência e fico constipado, vou me conformando, você?
-Bebo e caço mulher, como, faço o mínimo na escola, me escondo atrás de livros... no fim, acho que também fecho meus olhos, só que da minha forma, e vou caminhado.
-Ah! Foda-se.-disse matando a cerveja.
-Justo, foda-se.
Levantaram e foram andando para as suas casas.
Agora tomava o fim da ultima cerveja do engradado enquanto lembrava disso.
Bebia cerveja, sabendo que quando dormisse, não ia sonhar.

sábado, 8 de outubro de 2011

All that Jazz- Bruno Santana

All that sax
All that bass.
These sound is annoying me
I can't even hold my cigarrete.

Please, start the trumpet!
Play the trumpet!
There's no way back,
I can't even taste my cigarrete.

Stop the drums
Don't play the dreams, it's jazz;
I can't even smoke one more cigarrete

Come on lady, bring me the scotch
come on lady ... come on lady ...
after you i'll try the cigarrete.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

o homem abstrato, episódio 3- Rolando Vezzoni.

Prelúdio:

Nasce, toma um tapa e não chora, regurgita.
Tinha cabelos, unha e olhos abertos, era uma pequena aberração, lá descambou a existência, foi abraçado pela mãe, acolhido, seu pai sorria ao seu lado, era um bebê normal.
Bebê que pelos seis meses não demostrava emoção(que não choros por comida, claro).
-Doutor, meu filho tem algum problema?
-A bateria de exames mostrou ele normal, função cognitiva normal, pode ficar tranquila senhora.
Deixavam o bebê ao lado da televisão, papai assistia documentários pela metade, bebê, até o fim.
Mamãe sentiu algo errado quando leu nos bloquinhos do bebê, com seus um ano e tanto:
"N A D A"
Papai ouviu bebe com seus dois aninhos resmungar algo, chamou mamãe, que tinha orgulho e medo pelo
aparentemente super-dotado:
-Que foi que o meninão disse pru papai?
-é filhinho, foi mamãe?
Tudo que receberam foi "não", um não categórico, embaraçado e simples, uma simples negação, que muito provavelmente não fazia sentido algum para ele, apenas... "não".

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Efêmero- Rolando Vezzoni

Sujeito parado, sentado e desanimado,
num verde e velho banco.
Sujeito pisca, risca e rabisca,
num caderno novo e branco.

Vento repentino, vespertino e cretino,
ventou a folha leve e escrita.
Poema voador de dor e amor,
fluiu na brisa leve e maldita

Houve um olhar apático e compenetrado,
para o belo poema que pariu.
Houve um olhar estático e magoado,
para o velho poema que partiu.